Análise Estrutural
Gicelda Corrêa
(Acadêmica do Curso de Letras – ULBRA)
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Nas/ce o /Sol, /e/ não/ du/ra/ mais/ que um/ di*/a,
De/pois/ da/ Luz/ se/ se/gue a/ noi/te es/cu*/r
Em/ con/tí/nuas/ tris/te/zas/ a a/le/gri*/a.
RIMAS QUANTO AO VOCÁBULO
Porém se acaba o Sol, por que nascia? (A)
Se formosa a Luz é, por que não dura? (B)
Como a beleza assim se transfigura? (B)
Análise Temática
* Efemeridade do tempo: o poema problematiza a questão da efemeridade da vida.
Ex.: “Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?”
* Pessimista: sentindo o desengano do mundo – provocado pela consciência do efêmero - o eu lírico, indaga-se sobre o sofrimento que se prolonga e a alegria que, tão rápido, termina.
Ex.: “Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,”
“[...]e não dura mais que um dia”.
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Gregório de Matos
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
Gregório de Matos
ESQUEMA DE RIMAS
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, (A)
Depois da Luz se segue a noite escura, (B) rimas
Em tristes sombras morre a formosura, (B) intercaladas
Em contínuas tristezas a alegria. (A)
Porém se acaba o Sol, por que nascia? (A)
Se formosa a Luz é, por que não dura? (B)
Como a beleza assim se transfigura? (B)
Como o gosto da pena assim se fia? (A)
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, (C)
Na formosura não se dê constância, (D)
E na alegria sinta-se tristeza. (C)
Começa o mundo enfim pela ignorância, (D)
E tem qualquer dos bens por natureza (C)
A firmeza somente na inconstância. (D)Depois da Luz se segue a noite escura, (B) rimas
Em tristes sombras morre a formosura, (B) intercaladas
Em contínuas tristezas a alegria. (A)
Porém se acaba o Sol, por que nascia? (A)
Se formosa a Luz é, por que não dura? (B)
Como a beleza assim se transfigura? (B)
Como o gosto da pena assim se fia? (A)
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, (C)
Na formosura não se dê constância, (D)
E na alegria sinta-se tristeza. (C)
Começa o mundo enfim pela ignorância, (D)
E tem qualquer dos bens por natureza (C)
ESCANSÃO
Nas/ce o /Sol, /e/ não/ du/ra/ mais/ que um/ di*/a,
De/pois/ da/ Luz/ se/ se/gue a/ noi/te es/cu*/r
Em/ con/tí/nuas/ tris/te/zas/ a a/le/gri*/a.
Em/ tris/tes/ som/bras/ mor/re a/ for/mo/su*/ra,
RIMAS QUANTO AO VOCÁBULO
Porém se acaba o Sol, por que nascia? (A)
Se formosa a Luz é, por que não dura? (B)
Como a beleza assim se transfigura? (B)
Como o gosto da pena assim se fia? (A)
(Rima Pobre)
Análise Temática
* Efemeridade do tempo: o poema problematiza a questão da efemeridade da vida.
Ex.: “Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?”
* Pessimista: sentindo o desengano do mundo – provocado pela consciência do efêmero - o eu lírico, indaga-se sobre o sofrimento que se prolonga e a alegria que, tão rápido, termina.
Ex.: “Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,”
“[...]e não dura mais que um dia”.
Jogos de antíteses:
Ex.: “A firmeza somente na inconstância...”; “E na alegria sinta-se a tristeza”.
ò
* O confronto de ideias revela o pessimismo do homem barroco, ao acreditar não haver jeito para o mundo.
* O uso destas antíteses reflete o estado contraditório da condição humana à luz da temática barroca.
* A dualidade antitética barroca remete à uma antítese maior: à própria reflexão existencial: vida/ morte.
Questão PEIES 2007
Questão PEIES 2007
A carta de Marco Bonfim afirma que estamos vivendo uma crise ética na sociedade brasileira. Gregório de Matos já notava uma crise ética no século XVII, como se comprova nos seguintes versos:
Que falta nesta cidade? Verdade.
Que mais por sua desonra? Honra.
Falta mais que se lhe ponha? Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
É possível identificar, nos versos apresentados:
I. O caráter de jogo verbal, próprio do estilo barroco.
II. Uma crítica, em tom de sátira, do perfil moral da cidade da Bahia.
III. Um aspecto lírico e pedagógico que sustenta a crítica do poeta.
Está (ão) correta (s):
(a)apenas I.
(b)apenas I e II.
(c)apenas I e III.
(d)apenas II.
(e)apenas II e III.
Nenhum comentário:
Postar um comentário